sábado, 20 de novembro de 2010

AÇÕES AFIRMATIVAS NA UFS

No dia 13 de Outubro de 2008, entrou em vigor a Resolução do Conselho do Ensino da Pesquisa e da Extensão da Universidade Federal de Sergipe, que reza sobre o programa de ações afirmativas da instituição, pelo prazo de 10 anos, passível de prorrogação ou não. Em linhas gerais diz a Resolução que:
Art. 1° Cada curso da UFS ofertará 1 vaga para candidatos portadores de necessidades educacionais especiais.
Art. 2º Do saldo de vagas remanescentes, será reservado 50% das vagas de todos os cursos de graduação, aos candidatos que comprovem a realização, de 100% do ensino médio em escolas publicas das redes federal, estadual ou municipal e pelo menos 4 series do ensino fundamental nessas mesmas instituições.
Art. 3º 70% das vagas referidas no artigo anterior, serão reservadas a candidatos que, no ato de inscrição do processo seletivo seriado, se auto-declararem negros, pardos ou índio.
Em linhas gerais este é o processo da Resolução do CONEP e diga-se. digno de aplausos pela sociedade em geral, por esta universidade ter saído na frente, em defesa das classes menos favorecidas, porém esta resolução causou diversos problemas, e o maior deles, foi a convocação que as escolas privadas  fizeram aos seus alunos, colocando-os contra a resolução e contra até mesmo os alunos da rede publica. É claro, que neste caso, os grandes empresários do ensino privado de Sergipe, estavam simplesmente usando os seus alunos, para defenderem os seus interesses empresariais e económicos. E a imprensa qual seria o comportamento esperado, dela? Apesar da maior parte da imprensa sergipana ser de origem da escola publica, claro que ela se bandeou quase que totalmente para o empresariado da escola privada. O que nós presenciamos no dia que o reitor convocou a imprensa para detalhar, as politicas de ações afirmativas na UFS, foi uma enxurrada de interrogações negativas pela imprensa, e ofensas de alunos e empresários do ensino. Dizia-se naquela data, que o ensino na UFS iria perder qualidade, por receber alunos mal preparados para cursos chamados, "cursos de elite" como medicina direito e outros. Porem isto hoje, vem
comprovando-se uma inverdade, posto que estes alunos, têm tido um bom desempenho no aprendizado e com uma boa percentagem de aproveitamento, ( conversando com alguns professores eles me disseram que estes são os melhores em sala de aula, pela atenção que têm com o professor).
Por outro lado também, sabemos que estes alunos, são sementes que florescerão diferentes dos demais, na resposta que darão a sociedade após sua formação, para sermos mais exatos nas nossas expectativas vamos dar aqui alguns exemplos e um exemplo bem forte, nos dias atuais, é a Saúde Publica no Brasil, como ela está hoje e como espero ela fique quando estas sementes começarem a dar seus frutos. Hoje no Brasil inteiro e aqui mesmo em Sergipe, a dificuldade para se conseguir médicos, que queiram trabalhar na rede publica e principalmente nos municípios é uma constante, mesmo municípios oferecendo bons salários, transporte e moradia,  isto tem causado problemas sérios na Saúde publica do País. Pela falta de médicos em seus municípios, as populações destes recorrem as capitais atrás de atendimento, causando assim o esmagamento do sistema publico de saúde nas capitais. Aí nós perguntamos, será que o numero de médicos que as universidades publicas formam não atendem as expectativas? Ou eles dão as costas ao povo que financiou seus estudos? Não tenho nada contra os consultórios luxuosos que eles querem ter, por serem filhos da elite, mais existe um preço que tem que ser pago a população, que com seus impostos, contribuiu para que eles se formassem em uma escola publica, pois a universidade também é uma escola publica e é obrigação de quem nela se forma dar um retorno a sociedade. Será que o medico hoje anda cumprindo o juramento feito? Bom são respostas que não posso dar, mas também, não posso me afastar de elogiar os bons médicos, aqueles que por cumprirem com suas obrigações, são até endeusados pelos seus pacientes, as estes nossos aplausos. 
Bom! mas o que esperamos destas sementes plantadas agora? (seguindo o nosso exemplo ainda) esperamos que por serem filhos de trabalhadores de classe menos favorecidas, inclusive uma boa parte vinda do meio rural, retornem aos seus municípios ou aceitem trabalhar na rede publica de saúde dos municípios brasileiros, diminuindo assim o inchaço no sistema das capitais. Isto por si só, já melhora todo o sistema de saúde.
Este é só um exemplo e eu peguei a saúde por ser um tema bem atual. De um modo geral claro que espero muito mais de todos os cotistas e este para mim é o melhor sistema.

ESCOLA PUBLICA PARA QUEM FOI DE ESCOLA PUBLICA    
OS OUTROS PODEM PAGAR                   


ESTE É O MEU PENSAMENTO